segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Mosquito da dengue vai ser caçado com aspirador industrial

O aspirador de pó industrial no combate a dengue



Com um aspirador industrial  que lembra uma bazuca, um agente de saúde varre o ar aspirando todo tipo de mosquito que encontra pela frente. À sua volta, outras armadilhas como esta são usadas com o mesmo intuito. A ação faz parte de uma estratégia pioneira de vigilância epidemiológica no Brasil, que pretende fazer uma marcação cerrada ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus da dengue. Depois de capturados, os insetos são levados para análise em laboratório, sendo contados e separados por espécie e gênero para caracterização viral. Com base nesses estudos, pela primeira vez será possível obter informações preciosas sobre a presença do vírus da dengue, antes mesmo que o mosquito venha a infectar alguma pessoa.
“O controle do Aedes aegypti é a base para impedir a proliferação do vírus da dengue. Com o monitoramento das coletas, vamos ter a chance de estruturar ações específicas de controle para as regiões mais afetadas. Assim conseguiremos isolar o vírus e impedir que o número de casos se alastre para outras áreas próximas”, afirma Alexandre Chieppe, superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde.
A análise desses dados vai permitir ainda a criação de modelos matemáticos precisos que possam antecipar futuros cenários de risco. Tal definição vai auxiliar gestores e profissionais de saúde na tomada de decisões para controle da doença, atuando na prevenção de surtos e epidemias. O projeto é fruto de um convênio de cooperação entre a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, o Instituto de Microbiologia da UFRJ e o Governo da Alemanha, através do Bernhard Nocht Institute.
“O que torna este projeto pioneiro é a combinação de metodologias mais refinadas de pesquisa com o trabalho da Vigilância do Governo. O apoio, sobretudo, na estruturação das coletas do mosquito tem beneficiado o avanço dos estudos”, avalia Davis Ferreira, professor e pesquisador do Instituto de Microbiologia da UFRJ.

Pesquisa
Ao participar do projeto, o governo alemão pretende também proteger contra a dengue a delegação de atletas do país que virá competir os Jogos Olímpicos Rio 2016. O Bernhard Nocht Institute está investindo 350 mil euros para subsidiar as pesquisas e estimular o intercâmbio de informações sobre o Aedes aegypti. Neste primeiro momento, os mosquitos vêm sendo coletados nos locais onde serão realizados os Jogos Olímpicos e seu entorno, além de UPAs próximas a esses locais. A meta inicial é capturar mil mosquitos por semana.
Depois de recolhidos com o auxílio do aspirador industrial , os mosquitos vão para o Laboratório Noel Nutels (Lacen), onde passam por triagem e são catalogados por gênero e espécie. Em seguida, as amostras são encaminhadas para o Instituto de Microbiologia da UFRJ, onde são analisadas num equipamento chamado PCR em Tempo Real.
Fonte://atribunarj.som

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