Prevenir incêndios e explosões durante o manuseio
dos órgãos nas indústrias alimentícias é uma medida que deve ser
urgentemente adotada no país
Em
função das condições climáticas favoráveis na maioria das regiões produtoras, e
melhorias na técnica de plantio, a colheita de soja e milho
aumentou consideravelmente nos últimos anos. Com isto, os problemas de
manuseio de todos estes grãos se intensificam e nas indústrias de produtos
alimentícios que recebem, descarregam e armazenam, e que de alguma maneira, no
seu processo geram pó, acham-se expostas as perigo. Além de ocasionarem
prejuízo a saúde dos trabalhadores e estragos aos equipamentos, ainda provocam
incêndios e explosões, pela sua alta capacidade de combustão.
O
ar é considerado puro quando é composto de nitrogênio, gases raros, hidrogênio
e dióxido de carbono. Porém, este ar se apresenta completamente nas indústrias poluentes, chegando
a conter em certos casos somente 16% de oxigênio, grande quantidade de CO2,
vapores de água e sem falar nas muitas gramas de poluentes, minerais, vegetais
ou animais. Observe a tabela 1 abaixo que apresenta os principais poluentes aerossóis
contidos no ar e a sua classificação.
Classificação
dos aerossóis contidos no ar
Poeiras
Produzidas geralmente pelo rompimento mecânico da partícula
inorgânica ou orgânica, seja pelo simples manuseio de matérias ou em conseqüência
do processo de moagem, trituração, peneiramento e outros. A s poeiras são
partículas com diâmetro entre 1 a 10 microns.
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Fumos
Partículas produzidas pela condensação de vapores após a
volatilização de metais fundidos, como por exemplo, derretimento de ferro,
chumbo e outros, em geral com diâmetros inferiores a 10 microns.
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Névoas
São aerossóis constituídos por gotículas gerada pela condensação de
vapores, em operações de pulverização, com dimensões entre 0,01 a 100
microns. São classificadas como névoas, sprays de tinta pulverizada, névoas
de ácidos, etc.
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Fumaças
São aerossóis constituídos pela queima incompleta de materiais
orgânicos. As partículas possuem diâmetros inferiores a 1 micron.
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Organismos vivos
Bactérias, vírus e outros em suspensão no ar. Os mais comuns são: o
pólen das flores ( 5 a 10 microns) os esporos de fungos (1 a 10 microns), as
bactáerias (0,2 a 20 microns) e os vírus
( 0,002 a 0,05 mircons).
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Sem Riscos
Na
prática, não existe a pretensão de se alcançar uma purificação total
do ar, mas sim de atingir um grau de pureza que não ofereça riscos a saúde e ao
meio ambiente. Nos Estados Unidos, a ACGIH (American Conference industrial
Hygienists) é o órgão oficial que publica periodicamente as tabelas
contendo os níveis máximos admissíveis de poluentes que poderão ser
emitidos para atmosfera sem provocar danos ambientais e a saúde dos
trabalhadores no Brasil, estes valores são publicados pela Nrs
(Normas Regulamentadoras). O TLV também tem como objetivo estabelecer
os níveis máximos de concentração dos poluentes propícios a uma explosão.
Por
isso, sempre que se fala em poluição, é a saúde do ser humano, que
está em primeiro lugar, seja ela por ar, pela água, em explosões, ou
incêndios. É muito importante lembrar que muitas pessoas
estão hospitalizadas, mas a maioria convive diariamente, em maior ou
menor grau de enfermidade, com os males sem nenhum cuidado médico.São elas as
sofredoras silenciosas.
A
poluição pode se manifestar de várias formas no ser humano, seja através de
enfisema pulmonar ou outras afecções bronco pulmonares, hipertenções
arterial, doenças do fígado, enfermidade nos olhos e irritação das mucosas,
doenças do sistema nervoso, dermatites, câncer de pele, câncer
no sangue, anomalias congênitas, nascimento de crianças com problemas,
alterações de fertilidade do homem e na mulher. Cabe a Engenharia de
Controle Ambiental encontrar a solução para que os limites de segurança sejam
respeitados proporcionando condições ambientais adequadas.
Pós como Combustíveis
As indústrias que
processam produtos alimentícios são empresas de alto potencial de risco
incêndios explosões, onde o trabalho consiste basicamente em receber os
produtos, armazenar, transportar e descarregar. A falta de informação sobre a
ocorrência de sinistros envolvendo incêndios relacionados a poeira de grãos de
origem agrícola nas unidade armazenadores, tem levado o pessoal envolvido neste
tipo de atividade a cometer abusos excessivos quanto a segurança
das pessoas e instalações, principalmente pela descrença do perigo de
incêndio e explosões.
No
Brasil, as explosões continuam desconhecidas, pois a maioria delas não
é investigada com rigor, talvez por falha
de conhecimento técnico ou por falta de normatização especial
do assunto.
O
assunto inicia com a chegada na planta dos caminhões graneleiros que ao descarregarem
seu produto sobre as moegas, produzem também uma enorme nuvem de poeira em
condições e concentrações propícias a uma explosão.
O
acúmulo de poeira no local de trabalho depositadas nos pisos, elevadores,
túneis e transportadores representa um risco de incêndio muito grande. Quando
uma superfície de poeiras for aquecida até o ponto da liberação dos gases
de combustão e tiver o auxilio de uma fonte de ignição com energia, dá-se
inicio ao incêndio. É por isso que a poeira depositada ao longo do tempo, nos
mais diversos locais da planta industrial, quando agitada ou colocada em
suspensão pode ser suficiente para a primeira deflagração, podendo explodir,
causando vibrações subseqüentes pela onda de choque. Isto fará com que mais pó
depositado entre em suspensão, e mais explosões aconteçam. Cada qual mais
devastadora do que a anterior causando prejuízos irreversíveis ao
patrimônio, paradas durante o processo produtivo e o que é pior, vidas
ceifadas ou permanentemente incapacitadas para o trabalho.
Perigo
O combustível
gerador das explosões, geralmente provém do pó em suspensão no ar ou por
liberação dos gases combustíveis em locais confinados. No caso de explosões
geradas pelo pó em suspensão, geralmente começa com um pequeno foco de incêndio
quando os equipamentos estão parados para a manutenção ou em processo de
fumigação. Vários são os casos comprovados de que se tem notícia. Um deles
aconteceu no Rio Grande do Sul. Os equipamentos estavam desligados, pois
estava sendo executada a manutenção em um dos elevadores de canecas. Durante
este processo foi utilizada a chama associada ao acetileno. Na
soldagem, provavelmente, pingos incandescentes caíram no fundo
do elevador. Apesar do dia estar nublado e com muita umidade , este pequeno
foco com incêndio ficou queimando por algum tempo retirando do ar as moléculas
de água, dando lugar ao oxigênio. Após a manutenção, o operador ligou o
equipamento, e provavelmente com a movimentação das canecas, houve formação
de uma nuvem de pó propicia a explosão. A partir desta
pequena explosão, relacionada a uma baixa umidade do ar, uma nova
série de pequenas explosões ocorreu, cada vez maior com intensidade, até
a catástrofe total, destruindo túneis de concreto, maquinário, armazém e os
próprios trabalhadores.
Quando
as concentrações de poeiras são desconhecidas, recomenda-se avaliar estes
locais periodicamente, com o uso de bomba de amostragem, que são equipamentos especiais
projetados para este fim. Nos Estados Unidos é recomendada uma concentração de
poeiras de grãos no ar e no máximo quatro gramas por metro cúbico de
ar. A faixa mais perigosas para gerar uma explosão, é de 20 2.4000 gramas
por m³ de ar
No
caso de explosões com gases em locais confinados, estas são mais propicias
quando a umidade dos grãos for superior a 20%, ou seja, começam a entrar em
decomposição, gerando desta maneira, gases leves como metano e etano,
que associados ao pó depositado, a uma fonte de de ignição e aos
fumigantes – que também contêm produtos inflamáveis - dão inicio
a deflagração da explosão . Nestes casos, recomenda-se o uso
do explosímetro aparelho que detecta com precisão a concentração dos
gases confinados. Saiba mais sobre os fatores que podem acelerar os riscos de
explosão com poeiras combustíveis, vide tabela abaixo.
Cuidados para evitar
explosões com poeiras
Limpeza Freqüente do local (estruturas, telhados, pisos, vigas,
equipamentos)
Cuidado do manuseio com as fontes de ignição como faíscas elétricas,
fósforos, soldas, lâmpadas, cigarros e outros.
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Manutenção periódica programada dos equipamentos é de vital
importância.
Peças giratórias como roletes de transformadores por correias a
mancais devem trabalhar livres, sem acúmulo de pó, pois provocam
emperramento, produzindo calor pelo atrito, baixando a umidade do ar no local
e gerando um princípio de incêndio.
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Instalação de um bom sistema de aterramento de todos os equipamentos
envolvidos no processo.
Utilização de aspirador de pó durante limpeza das áreas do
armazém. Vassouras nunca deve ser usada.
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Elevadores, balanças e coletores devem ser equipados com alívios
contra pressão (porta de explosão).
Dependendo de eficiência destes sistemas, a explosão poderá se dar
somente no equipamento em questão, não se espalhando para outras áreas.
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Sistemas corta-fogo em dutos de transporte, equipamentos de coleta de
pó e outros.
Cuidados com ventiladores e peças gigantes que possam provocar
faiscamento.
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Instalação em todos os equipamentos de um adequado sistema de
aterramento
A maior parte dos acidentes em explosões ocorre em locais onde a
umidade é inferior a 50%. Ambiente muito seco é potencialmente explosivo.
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Controle da concentração de poeira que se torna perigosa quando for
superior a 20 gramas por m³
Atenção ao momento da partida dos equipamentos. São os
mais críticos devido a grande possibilidade de ocorrer uma ignição, somados a
nuvem dispersa pela movimentação das maquinas e a presença de um volume maior
de oxigênio.
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Medição da concentração de oxigênio no ar.
Controle da quantidade de ar ambiental com ventilação mecânica nos
espaços confinados.
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FONTE
:Revista Proteção, nº123, Março de 2002.
Prevenção e Controle dos Riscos com Poeiras em suspensão
estudo pó de madeira em suspensão doenças
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