domingo, 23 de junho de 2013

Aspirador de Pó Industrial na Segurança


Prevenir incêndios e explosões durante o manuseio dos órgãos nas indústrias alimentícias é uma medida que deve ser urgentemente adotada no país
Em função das condições climáticas favoráveis na maioria das regiões produtoras, e melhorias na técnica de plantio, a colheita de soja e milho aumentou consideravelmente nos últimos anos. Com isto, os problemas de manuseio de todos estes grãos se intensificam e nas indústrias de produtos alimentícios que recebem, descarregam e armazenam, e que de alguma maneira, no seu processo geram pó, acham-se expostas as perigo. Além de ocasionarem prejuízo a saúde dos trabalhadores e estragos aos equipamentos, ainda provocam incêndios e explosões, pela sua alta capacidade de combustão.
O ar é considerado puro quando é composto de nitrogênio, gases raros, hidrogênio e dióxido de carbono. Porém, este ar se apresenta completamente nas indústrias poluentes, chegando a conter em certos casos somente 16% de oxigênio, grande quantidade de CO2, vapores de água e sem falar nas muitas gramas de poluentes, minerais, vegetais ou animais. Observe a tabela 1 abaixo que apresenta  os principais poluentes aerossóis contidos no ar e a sua classificação.
Classificação dos aerossóis contidos no ar
Poeiras
Produzidas geralmente pelo rompimento mecânico da partícula inorgânica ou orgânica, seja pelo simples manuseio de matérias ou em conseqüência do processo de moagem, trituração, peneiramento e outros. A s poeiras são partículas com diâmetro entre 1 a 10 microns.
Fumos
Partículas produzidas pela condensação de vapores após a volatilização de metais fundidos, como por exemplo, derretimento de ferro, chumbo e outros, em geral com diâmetros inferiores a 10 microns.
Névoas
São aerossóis constituídos por gotículas gerada pela condensação de vapores, em operações de pulverização, com dimensões  entre 0,01 a 100 microns. São classificadas como névoas, sprays de tinta pulverizada, névoas de ácidos, etc.
Fumaças
São aerossóis  constituídos pela queima incompleta de materiais orgânicos. As partículas possuem diâmetros inferiores a 1 micron.
Organismos vivos
Bactérias, vírus e outros em suspensão no ar. Os mais comuns são: o pólen das flores ( 5 a 10 microns) os esporos de fungos (1 a 10 microns), as bactáerias (0,2 a 20 microns) e os vírus            ( 0,002 a 0,05 mircons).
Sem Riscos
Na prática, não existe a pretensão de se alcançar uma purificação total do ar, mas sim de atingir um grau de pureza que não ofereça riscos a saúde e ao meio ambiente. Nos Estados Unidos, a ACGIH (American Conference industrial Hygienists) é o órgão oficial que publica periodicamente as tabelas contendo os níveis máximos admissíveis de poluentes que poderão ser emitidos  para atmosfera sem provocar danos ambientais e a saúde dos trabalhadores  no Brasil, estes valores são publicados pela Nrs (Normas Regulamentadoras). O TLV também tem como objetivo estabelecer os níveis máximos de concentração dos poluentes propícios a uma explosão.
Por isso, sempre que se fala em poluição, é a saúde do ser humano, que está em primeiro lugar, seja ela por ar, pela água, em explosões, ou incêndios. É muito importante lembrar que muitas pessoas estão hospitalizadas, mas a maioria convive diariamente, em maior  ou menor grau de enfermidade, com os males sem nenhum cuidado médico.São elas as sofredoras silenciosas.
A poluição pode se manifestar de várias formas no ser humano, seja através de enfisema pulmonar ou outras afecções bronco pulmonares, hipertenções arterial, doenças do fígado, enfermidade nos olhos e irritação das mucosas, doenças do sistema nervoso, dermatites, câncer de pele, câncer no sangue, anomalias congênitas, nascimento de crianças com problemas, alterações de fertilidade do homem e na mulher. Cabe a Engenharia de Controle Ambiental encontrar a solução para que os limites de segurança sejam respeitados proporcionando condições ambientais adequadas.
Pós como Combustíveis
As indústrias que processam produtos alimentícios são empresas de alto potencial de risco incêndios explosões, onde o trabalho consiste basicamente em receber os produtos, armazenar, transportar e descarregar. A falta de informação sobre a ocorrência de sinistros envolvendo incêndios relacionados a poeira de grãos de origem agrícola nas unidade armazenadores, tem levado o pessoal envolvido neste tipo de atividade a cometer abusos excessivos quanto a segurança  das pessoas e instalações, principalmente pela descrença do perigo de incêndio e explosões.
No Brasil, as explosões continuam desconhecidas, pois a maioria delas não é investigada com rigor, talvez por falha de conhecimento técnico  ou por falta de normatização especial do assunto.
O assunto inicia com a chegada na planta dos caminhões graneleiros que ao descarregarem seu produto sobre as moegas, produzem também uma enorme nuvem de poeira em condições e concentrações propícias a uma explosão.
O acúmulo de poeira no local de trabalho depositadas nos pisos, elevadores, túneis e transportadores representa um risco de incêndio muito grande. Quando uma superfície de poeiras  for aquecida até o ponto da liberação dos gases de combustão e tiver o auxilio de uma fonte de ignição com energia, dá-se inicio ao incêndio. É por isso que a poeira depositada ao longo do tempo, nos mais diversos locais da planta industrial, quando agitada ou colocada em suspensão pode ser suficiente para a primeira deflagração, podendo explodir, causando vibrações subseqüentes pela onda de choque. Isto fará com que mais pó depositado entre em suspensão, e mais explosões aconteçam. Cada qual mais devastadora do que a anterior causando prejuízos irreversíveis  ao patrimônio, paradas durante o processo produtivo e o que é pior, vidas ceifadas ou permanentemente incapacitadas para o trabalho.
Perigo
O combustível gerador das explosões, geralmente provém do pó em suspensão no ar ou por liberação dos gases combustíveis em locais confinados. No caso de explosões geradas pelo pó em suspensão, geralmente começa com um pequeno foco de incêndio quando os equipamentos estão parados para a manutenção ou em processo de fumigação. Vários são os casos comprovados de que se tem notícia. Um deles aconteceu no Rio Grande do Sul. Os equipamentos estavam desligados, pois estava sendo executada a manutenção em um dos elevadores de canecas. Durante este processo foi utilizada a chama associada ao acetileno. Na soldagem, provavelmente, pingos incandescentes caíram no fundo do elevador. Apesar do dia estar nublado e com muita umidade , este pequeno foco com incêndio ficou queimando por algum tempo retirando do ar as moléculas de água, dando lugar ao oxigênio. Após a manutenção, o operador ligou o equipamento, e provavelmente com a movimentação das canecas, houve formação de uma nuvem de pó propicia a explosão. A partir desta pequena  explosão, relacionada a uma baixa umidade do ar, uma nova série de pequenas explosões ocorreu, cada vez maior com intensidade, até a catástrofe total, destruindo túneis de concreto, maquinário, armazém e os próprios   trabalhadores.
Quando as concentrações de poeiras são desconhecidas, recomenda-se avaliar estes locais periodicamente, com o uso de bomba de amostragem, que são equipamentos especiais projetados para este fim. Nos Estados Unidos é recomendada uma concentração de poeiras de grãos no ar e no máximo quatro gramas por metro cúbico de ar. A faixa mais perigosas para gerar uma explosão, é de 20  2.4000 gramas por m³ de ar
No caso de explosões com gases em locais confinados, estas são mais propicias quando a umidade dos grãos for superior a 20%, ou seja, começam a entrar em decomposição, gerando desta maneira, gases leves como metano e etano, que associados ao pó depositado,  a uma fonte de de ignição e aos fumigantes – que também contêm produtos inflamáveis - dão inicio a deflagração da explosão . Nestes casos, recomenda-se o uso do explosímetro aparelho que detecta com precisão a concentração dos gases confinados. Saiba mais sobre os fatores que podem acelerar os riscos de explosão com poeiras combustíveis, vide tabela abaixo.
Cuidados para evitar explosões com poeiras
Limpeza Freqüente do local (estruturas, telhados, pisos, vigas, equipamentos)
Cuidado do manuseio com as fontes de ignição como faíscas elétricas, fósforos, soldas, lâmpadas, cigarros e outros.
Manutenção periódica programada dos equipamentos é de vital importância.
Peças giratórias como roletes de transformadores por correias a mancais devem trabalhar livres, sem acúmulo de pó, pois provocam emperramento, produzindo calor pelo atrito, baixando a umidade do ar no local e gerando um princípio de incêndio.
Instalação de um bom sistema de aterramento de todos os equipamentos envolvidos no processo.
Utilização de aspirador de pó durante limpeza  das áreas do armazém. Vassouras nunca deve ser usada.
Elevadores, balanças e coletores devem ser equipados com alívios  contra pressão (porta de explosão).
Dependendo de eficiência destes sistemas, a explosão poderá se dar somente no equipamento em questão, não se espalhando para outras áreas.
Sistemas corta-fogo em dutos de transporte, equipamentos de coleta de pó e outros.
Cuidados com ventiladores e peças gigantes que possam provocar faiscamento.
Instalação em todos os equipamentos de um adequado sistema de aterramento
A maior parte dos acidentes em explosões ocorre em locais onde a umidade é inferior a 50%. Ambiente muito seco é potencialmente explosivo.
Controle da concentração de poeira que se torna perigosa quando for superior a 20 gramas por m³
Atenção ao momento da partida dos  equipamentos. São os mais críticos devido a grande possibilidade de ocorrer uma ignição, somados a nuvem dispersa pela movimentação das maquinas e a presença de um volume maior de oxigênio.
Medição da concentração de oxigênio no ar.
Controle da quantidade de ar ambiental com ventilação mecânica nos espaços confinados.

FONTE :Revista Proteção, nº123, Março de 2002.



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